


DESIGN DA CAPA:
Aqui no Brasil, o livro teve a sua primeira edição feita pela TAG inéditos (imagem capa preta com titulo em rosa claro) e depois teve mais duas capas pela editora Paralela: uma dura (capa com lantejoulas verdes e titulo em rosa) e a outra em capa mole (capa com uma mulher de vestido e titulo em rosa), sendo essa última desenvolvida pela designer Joana Figueiredo.
Essa última capa é mais famosa e a mais encontrada nas livrarias, no entanto, muitos criticaram o fato de a modelo na capa não se parecer em nada com a descrição da personagem no livro, isso porque a Evelyn Hugo e descrita como uma mulher latina, pele dourada, seios fartos e curvilínea, enquanto a personagem na capa não tem nada disso, no entanto, a capa é muito bonita com o titulo cromado em rosa e a cor verde utilizada, tem muito haver com a história do livro.
RESENHA DO LIVRO: (ALERTA DE SPOILERS)
Categoria: Romance| Autor: Taylor Jenkins
O livro conta a história de uma jornalista Monique, que busca subir de cargo na revista (ou era jornal, não me lembro) onde trabalha, mas nunca consegue alcançar as oportunidades que merece, mesmo sendo uma boa jornalista.
Certo dia, uma grande atriz de Hollywood, chamada Evelyn Hugo, que há muito estava afastada da grande mídia, mas que acaba reaparecendo nas mídias, depois da morte de sua filha, vitima do câncer de mama extremamente agressivo. Evelyn resolve que quer dar uma entrevista e contar a história de sua vida, mas só quer fazer isso, se puder ser entrevistada por Monique.
Então a chefe de Monique sem saber o porquê de Evelyn querer ser entrevistada por Monique, acaba cedendo, mas quer que Monique a mantenha informada de tudo.
Monique então vai até a casa de Evelyn um pouco nervosa (porque nem ela sabe, porque diabos Evelyn a quer especificamente).
Chegando lá, Evelyn resolve que não quer dar entrevista nenhuma, e oferece algo diferente para Monique: Que ela (Monique) ouça toda a história dos 7 relacionamentos que ela teve e que acabou levando-a a ser que ela é, e torne tudo isso um livro, ou seja, ela quer que Monique seja a escritora responsável por sua biografia.
Evelyn diz que não quer dinheiro nenhum com isso, e que Monique pode fazer escrever essa história como quiser e que pode ficar com todo o dinheiro da venda dessa Biografia.
Obviamente, essa biografia seria uma puta mão na roda na carreira de escritora de Monique, e Evelyn sabia disso, no entanto, escrever essa biografia significaria também, dar um pé na bunda do Jornal (ou revista não lembro) que ela trabalhava, e perder a estabilidade financeira (que até então era o pagava as suas contas), além de também de fazer com que ela precisasse mentir para a chefe dela.
Nesse primeiro conflito, temos duas frentes importantes que já mostram um pouco do caráter de cada personagem: Evelyn como uma mulher que nunca “dá ponto sem nó”, que se aproveita das necessidades e vulnerabilidades dos outros, para ter o que deseja; e Monique, que é ambiciosa sim, mas tem muito medo de se colocar no centro de sua própria vida.
Monique além de ter esse perfil pouco autoconfiante, também está num processo de divórcio que também está a desestabilizando emocionalmente. Lidar com o divórcio a faz sentir, em parte solitária e em parte confusa.
Ao longo da história, vamos não apenas conhecendo um pouco mais da história da Evelyn (que tem seu lado positivo e negativo), quanto vamos entendendo que nem tudo é o que realmente parece ser, e em muitos momentos entendemos que a Evelyn é agora, é fruto de muita confusão, disfunção familiar, abusos e trabalho árduo. Ela usou e utilizou do que tinha e o que podia, para ter e ser o que ela sempre quis.
Também percebemos ao longo dessa história, que a Monique vai se tornando mais autoconfiante, esperta e sagaz, conforme ela vai avançando nessa sua entrevista. Ela vai aprendendo a “criar as próprias regras”, o que a faz negociar com Evelyn um trecho dessa entrevista com a história dela mais uma sessão fotográfica para o jornal (ou revista) que ela (Monique) trabalha.
A história toda, de todos os maridos, é muito interessante, cada relação teve a sua problemática, algumas catastróficas, outras de muito amor e outras de companheirismo e algumas só por puro aproveitamento.
O livro até ai, tinha tudo para ser foda, mas degringola no fim, quando Evelyn conta para Monique, que seu melhor amigo e um suposto namorado dele, que iriam fugir com ela (Evelyn) e a namorada dela, sofrem um acidente de carro, quando estão (ou deveriam estar) indo para a casa dela.
Ao ir atrás do amigo, Evelyn o encontra o casal (amigo dela mais o suposto namorado) acidentados em um acidente de carro (na realidade, se eu não me engano, ela acaba vendo eles se acidentarem pois seu amigo estava muito bêbado dirigindo).
A época que isso tudo aconteceu, o movimento LGBTQIA+ era muito pequeno, e casais homossexuais, eram mal vistos e mal falados na sociedade e excluídos também, então para “salvar” a imagem do amigo, ela resolve retirar seu corpo de dentro do carro e colocar o corpo do suposto namorado do amigo dela, no lugar do motorista e pega o corpo do amigo e leva para o hospital e deixa o outro (o suposto namorado do amigo dela) lá no carro, ou seja, ela larga o cara lá sem ajuda e sem documentos (sim, ela revira tudo pra saber quem é o cara e encontra uma carteira e uma carta com ele), para morrer.
E no fim de todo esse drama, o amigo dela morre o cara que ele estava namorando morre também, mas o grande drama dessa história, não é a morte em sí, nem a falta de consideração pelo próximo que Evelyn teve com o cara que estava com o amigo dela, mas que o cara que estava la acidentado, que era namorado desse amigo dela e tudo o mais, era na realidade, o pai de Monique.
Evelyn entrega para Monique a carta que seu pai escreveu para o amigo dela, dizendo que não vai fugir com ele, porque ele amava sua filha e a esposa (por mais que ele não a visse como seu par romântico), e que nunca as colocaria nessa situação de abandono.
Sim, esse plot twist foi cozinhado durante 7 histórias, Monique fica puta da vida (e com razão, porque eu também ficaria puta se descobrisse que a história que eu sabia da morte do meu pai, fosse na verdade uma grande mentira bancada, literalmente financeiramente, pela mulher que eu estava entrevistando para escrever a biografia, e de quebra ainda descobrir que meu pai era homossexual e tinha um amante, que a minha mãe não fazia nem ideia, e que foi literalmente deixado para morrer).
Há muitas reviravoltas nessa história, mas essa foi a maior e talvez a pior de todas.
Evelyn explica para a Monique, que ela dar a história dela para Monique escrever e poder contar e ganhar dinheiro em cima disso, é uma maneira que ela conseguiu de alguma foram poder recompensá-la pelo pelo o que ela fez no passo. Evelyn também explica, que foi mexendo na carteira do cara e pesquisando sobre a vida dele, que ela encontrou a Monique e a mãe dela.
Além de tudo isso, Evelyn conta para Monique que está com um câncer em fase terminal (assim como a sua filha teve), e deixa subentendido, que pretende se matar agora que ela já passou toda a história de sua vida para Monique.
No fim, depois da sessão fotográfica para o jornal (ou revista) que a Monique trabalha (sim a Monique resolve não largar o trabalho, e sim negociar uma promoção depois de fazer a publicação de um trecho dessa entrevista com a Evelyn e a chefe dela aceita), da Evelyn bancar uma viagem para fora dos Estados Unidos para a sua assessora pessoal, e de dizer adeus para Monique, entende-se que, Evelyn se mata com uma overdose de remédios naquele mesmo dia.
Monique até pensa em voltar para a casa de Evelyn e tentar impedir isso, mas percebe que não se trata apenas de um suicídio, Evelyn não queria passar pelo mesmo problema que sua filha havia passado, ela não queria acabar os seus dias numa cama de hospital, definhando aos poucos, ela queria morrer e ser lembrada como uma grande estrela que ela era e o suicídio, era a melhor opção para aquilo que ela acreditava ser seu fim ideal, por isso, Monique resolve não interromper isso.
E é assim que acaba a história.
O grande lance desse livro, (que pra mim é a melhor sacada de todas que a autora teve) é que o livro em si, já parece o produto final dessa história, ou seja, parece que o livro que a gente tá lendo é a concretização do trabalho da Monique (ela havia dito para Evelyn que ela ia contar a história dela, do jeito que ela achasse melhor), então quando você termina de ler o livro, parece que você leu o resultado final de todo esse processo de escrita da Monique, e que o livro em sí é já seu projeto pronto.
_______________________________________________________________________________
avaliação:
Design da Capa: ⭐⭐⭐⭐
História: ⭐⭐⭐